Campanha da Fraternidade 2025
- Pastoral da Comunicação
- 28 de mar.
- 5 min de leitura

A cada ano, a Campanha da Fraternidade nos convida a olhar para a realidade ao nosso redor e a nos questionarmos sobre o nosso compromisso com a vida e com a criação de Deus. Em 2025, mais uma vez, voltamos o olhar para o nosso planeta, nossa Casa Comum, que clama por cuidado e respeito.
Em 2025, o tema escolhido para a Campanha da Fraternidade 2025 é: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
A Campanha busca promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.
A Igreja nos chama a uma profunda reflexão: qual tem sido o nosso papel na preservação da obra criada por Deus? Como cristãos batizados, nossa responsabilidade não se limita ao tempo da Quaresma, mas deve nos acompanhar por toda a nossa vida.
Neste ano, temos motivos especiais para reforçar esse compromisso:
Celebramos os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, um hino de louvor à beleza da criação e ao vínculo que nos une a tudo o que Deus fez.
Comemoramos os 10 anos da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), que trabalha na defesa da floresta e dos povos amazônicos.
E, pela primeira vez, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) será realizada na Amazônia, em Belém, no mês de novembro.
Diante desse cenário, surge uma pergunta essencial: como temos nos comportado diante da destruição do meio ambiente?
Muitas vezes, encaramos os desastres ambientais como fatalidades. Mas será que são mesmo? A maioria deles é consequência direta da ação – ou da omissão – humana. Poluição, desmatamento, desperdício… tudo isso agrava o sofrimento da Terra e dos mais pobres, que são os primeiros a sentir seus impactos.
A transformação não virá apenas dos grandes projetos. Ela começa em nós, nas pequenas atitudes diárias:
✔ Separar corretamente o lixo
✔ Reduzir o desperdício de água e energia
✔ Cuidar dos rios, das florestas e das nascentes
Esse é o nosso papel nesse processo!
Nosso padroeiro, São Francisco, nos ensina que o cuidado com a criação não é apenas uma responsabilidade, mas um ato de gratidão e amor. Ele via o mundo com os olhos de quem reconhece a presença de Deus em tudo. Cuidar da criação é, antes de tudo, um ato de louvor ao Criador.
“Estamos no decênio decisivo para o planeta! Ou mudamos, convertemo-nos, ou provocaremos um colapso planetário com nossas atitudes individuais e coletivas. Já estamos experimentando seu prenúncio nas grandes catástrofes que assolam nosso país. E não existe planeta reserva! Só temos este! Ainda há tempo, mas o tempo é agora! Precisamos de uma conversão ecológica urgente: abandonar a lógica extrativista, que enxerga a Terra como um reservatório inesgotável de recursos, e adotar a lógica do cuidado.”
Elementos e compõe o cartaz da Campanha da Fraternidade
São Francisco de Assis
Em destaque no cartaz, São Francisco de Assis representa o homem novo que viveu uma experiência com o amor de Deus, em Jesus crucificado, e reconciliou–se com Deus, com os irmãos e irmãs e com toda a criação. Esta reconciliação universal ganha sua maior expressão no Cântico das Criaturas, composto por São Francisco há precisos 800 anos. O recorte é da obra do período barroco “Êxtase de São Francisco de Assis”, de Jusepe De Ribera.
A cruz
No centro, a Cruz é um elemento importante na espiritualidade quaresmal e franciscana. No cartaz, ela recorda a experiência do Irmão de Assis com o crucifixo da Igreja de São Damião, em Assis, na Itália, onde Francisco ouviu o próprio Cristo que falava com ele e o enviava para reconstruir a sua Igreja. No início, Francisco entendeu que era a pequena Igreja de São Damião. Mais tarde, compreendeu que se tratava de algo bem maior, a Igreja mesma de Deus. A Quaresma é este tempo de reconstrução de cada cristão, cada comunidade, a sociedade e toda a Criação, porque somos chamados à conversão.
A natureza
A araucária, o ipê amarelo, o igarapé, o mandacaru, a onça pintada e as araras canindés, representam a fauna e a flora brasileiras em toda a sua exuberância, que ao invés de serem exploradas de forma predatória, precisam ser cuidadas e integradas pelo ser humano, chamado por Deus a ser o guarda e o cuidador de toda a Criação.
As cidades
Os prédios e as favelas refletem o Brasil a cada dia mais urbano, onde se aglomeram verdadeiras multidões num estilo de vida distante da natureza e altamente prejudicial à vida. Cada um de nós, seres humanos, o campo, a cidade, os animais, a vegetação e as águas fomos criados para ser, com a nossa vida, um verdadeiro “louvor das criaturas” ao bom Deus.
Oração da Campanha da Fraternidade
Ó Deus, nosso Pai, ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom! O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra, e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos: dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação, no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça. Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum, na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste para nós no Céu.
Amém!
Hino da Campanha da Fraternidade
Letra:
1. O Cristo-Deus se fez humano nesta terra,
e às criaturas deu valor e atenção.
A vida plena, que no mundo já se espera,
ganha sentido com a nossa redenção.
Ao entregar o Paraíso ao ser humano,
Deus contemplou sua beleza e seus dons.
Louvado seja nosso Pai, o Criador:
“Deus viu que tudo, tudo era muito bom!”.
2. No Universo tudo está interligado;
nele vivemos e, com todos, “somos um”.
Nesta Quaresma, à conversão, somos chamados:
cuidemos todos desta Casa, que é Comum!
Ao entregar o Paraíso ao ser humano,
Deus contemplou sua beleza e seus dons.
Louvado seja nosso Pai, o Criador:
“Deus viu que tudo, tudo era muito bom!”.
3. Há muito tempo, o louvor das criaturas
já se ouvia em um canto universal.
O seu autor, nova expressão ele inaugura:
“Fraternidade e Ecologia Integral”.
Ao entregar o Paraíso ao ser humano,
Deus contemplou sua beleza e seus dons.
Louvado seja nosso Pai, o Criador:
“Deus viu que tudo, tudo era muito bom!”.
4. O ser humano transformou a realidade,
causou maus-tratos, destruindo a natureza.
Abandonou a Lei de Deus e sua verdade,
desrespeitando a criação e sua beleza.
Ao entregar o Paraíso ao ser humano,
Deus contemplou sua beleza e seus dons.
Louvado seja nosso Pai, o Criador:
“Deus viu que tudo, tudo era muito bom!”.
5. De toda a Terra em nossas mãos, eis o cuidado:
nós somos todos responsáveis pela vida.
Enquanto aqui peregrinamos na esperança,
a criação em nova Páscoa é renascida
Ao entregar o Paraíso ao ser humano,
Deus contemplou sua beleza e seus dons.
Louvado seja nosso Pai, o Criador:
“Deus viu que tudo, tudo era muito bom!”.
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